Adeus ao "hooligan" da moda britânica

Na verdade, a criação destes polémicos sapatos monstruosos já dava a entender que qualquer coisa não estava bem...

Alexander McQueen suicidou-se no dia 11 de Fevereiro, na sua luxuosa casa de Mayfair, tendo sido encontrado pela governanta.

Filho de um taxista e de uma professora, Lee Alexander McQueen soube aos 6 anos que era gay e que queria desenhar vestidos para as irmãs. Mais tarde entrou como aprendiz em Savile Row (rua exclusiva dos fatos de homem por medida), foi parar a Gieves & Hawkes (mais prestigiado dos alfaiates) e tirou o curso de estilismo da Central Saint Martins, em Inglaterra, onde era um outsider que gostava de usar e abusar do calão, mas onde foi um aluno brilhante.

À parte da sua genialidade, a "madrinha" Isabella Blow (aristocrata excêntrica e com influência no mundo da moda, que lhe comprou a 1ª colecção e se tornou uma grande amiga) ajudou-o bastante a integrar-se no mundo que ele tanto ambicionava. Infelizmente, Isabella suicidou-se com veneno a poucos dias das semanas da moda de Londres e Paris, uma vez que tinha cancro e, obcecada pela beleza, não quis que o efeito da doença se desenvolvê-se.

Poucos dias antes do suicídio de McQueen, também a mãe falecera e supõe-se que ele simplesmente não tenha aguentado a pressão do mundo em que vivia aliada ao suicídio da sua grande amiga Isabella e à morte da mãe.

Perdeu-se um grande designer e sem duvida que as principais semanas da moda não voltarão a ser o mesmo sem a excentricidade, teatralidade e irreverência de McQueen.

A loja Alexander McQueen de Bond Street apresentou a montra com um pano negro e fechou durante 3 dias como sinal de luto; quando reabriu havia flores brancas em vasos de vidro, velas brancas a arder, um livro de condolências e um movimento de compras que entupiu a máquina de aprovação de cartões de crédito. Milhares de fãs correrem a comprar artigos do designer, especialmente os lenços com caveiras, sua imagem de marca.

Infelizmente, os jornais diziam qualquer coisa como "na sua casa de dois milhões de libras apareceu morto o estilista Lee Alexander McQueen" e ninguém odiaria mais este epitáfio com cifrões do que o próprio McQueen, no entanto a homenagem ao mesmo, o aumento das vendas das suas criações e as imitações em série falam bem mais alto, e, certamente, deixariam o estilista orgulhoso do impacto que teve nos milhares de fãs que lamentam a perda de um talento único como era o seu.